Academiæ

"Me disseram que pensar era ingênuo, e daí? Nossa geração não quer pensar. Pois que pense, a que há de vir."

I.A. – Fato e Ficção

Numa era digital, em tempos em quem a tecnologia avança se modifica e as maquinas “evoluem”, nos aproximamos cada vez mais de um velho sonho da robótica e da cibernética, I.A. – Inteligência Artificial (sigla originalmente inglesa artificial intelligence, “inteligência artificial” nasceu em 1956 no famoso encontro de Dartmouth. Dentre os presentes a este encontro incluíam-se Allen Newell, Herbert Simon, Marvin Minsky, Oliver Selfridge e John McCarthy, grandes autoridades no assunto na época. Mas se você está se perguntando o que um assunto como esse tem haver com filosofia, continue lendo até o final.

Considerações Iniciais:

Primeiramente vejamos como funciona a “mente” da máquina.

Já perceberam alguma coisa?

Dedução = Ação de deduzir, O que resulta de um raciocínio; conseqüência lógica; ilação, inferência; conclusão.
Pesquisa = Ato ou efeito de pesquisar, Investigação e estudo, minudentes e sistemáticos, com o fim de descobrir ou estabelecer fatos ou princípios relativos a um campo qualquer do conhecimento.
Conhecimento = Ato ou efeito de conhecer, prática da vida, consciência de si mesmo, experiência.

Bem agora vejamos analogamente, o que se propõe é que a máquina, de posse de um BD (Banco de Dados) rico em informação possa interagir com um ser humano ou situação para nosso proveito próprio (só lembrando que um dos grandes avanços da ciência para proveito e beneficio da humanidade, a energia de partículas nucleares, virou uma bomba nada bem intencionada  [:-(   ). Se for isso mesmo essa siga I.A. já é merecedora de uma correção para se adequar ao termo, pois essa “inteligência” seria apenas uma programação bem elaborada de ação e reação pre-progamando para a interação da maquina com o ambiente.

Seria uma partida já perdida?

O que faltaria então para essa “inteligência” ser mais próxima da humana e deixar de ser apenas uma simulação comportamental pré-pragamada? Poderíamos pensar que são os sentimentos mais essa reposta, eu acredito, que seja uma influencia da tonelada de produções cinematográfica que romantizaram o dualismo homens x maquinas, e pensando bem o que afetaria tanto assim uma caixa metálica ter angustias e sentimentos? Eu me arrisco a dizer que o que falta seria algo como criatividade, espontaneidade; sem isso, mesmo um pedido ou uma ordem só resultaria numa resposta contida dentro dos padrões de ação da própria maquina. Por exemplo, o mecanismo lógico humano de conhecimento, mesmo para pessoas não tão instruídas é quase o mesmo:

Observação > Teoria (aqui começa a criatividade) > Dedução > Teste ( se estiver certo, pula-se o próximo passo, se não…) > Hipotesi > Conclusão e Conhcecimento (aparente em quanto não houver novos fatos). A maquina poderia emitir novos conhecimentos espontâneos, sem um livre arbítrio?

Imagine dessa forma, um robô infantil é criado para interagir com uma criança de 10 anos, a criança e o robô jogam de video-game, brincam de esconde-esconde (sorte dela se o robô não tiver visão de raio-x rsrssr), estuda um pouco com seu amigo mecânico e em um dado momento, a criança convida o robô para um campeonato de pedra, papel ou tesoura (fala sério, até eu acho que o robô podia ter coisa melhor pra fazer rsrssrs), o robô claro, começa a interagir e participa da brincadeira, ele acessa seu banco de dados sobre a brincadeira e calcula a próxima ação. Aqui podemos pensar, o robô usando a lógica das probabilidades poderia ganhar 82% das partidas, mas ele seria capaz de sugerir uma nova brincadeira? E se criança incluisi uma nova posição de mão (como na série The Big Bang Theory, pedra-papel-tesoura-lagarto-Spock)?

O duelo do século!

Foi o que aconteceu numa feira de tecnologia e robótica na Suíça, o resultado é que a maquina não conseguiu interagir com as novas informações que não estava em seu banco de dados nem faziam parte do seu protocolo de ações, a maquina começou a reiniciar para acrescentar a nova informação, resultado a interação do braço mecânico que custou quase 12.000 euros se limitou a acenar depois duma pani!

O que é Fato:

Os circuitos integrados de programação em nossos celulares, computadores e carros. As grandes soldas mecânicas controladas por computador em fabricas de carros, as ações e reações em jogos virtuais não controlados, isso sim é “real” interação condicionada sem liberdade programada para executar um trabalho. Alguns livros e ensaios sobre o tema por especialistas em robótica.

Na Ficção:

Temos uma longa lista de filmes, livros, quadrinhos e até musicas que se relacionam com o tema, nas telonas os mais recentes são AI – Inteligencia Artificial e meu favorito Eu, Robô (que é baseado em um livro). Aqui vai um lista de livros e filmes:

Alguns famosos de metal

  • Os carros de todos os filmes e seriados: Knight Rider [A Supermáquina (1982) / A Nova Supermáquina (2007)]
  • Tranformers e trilogia (sou fã dos personagens, mas adaptação dos quadrinhos para as telas deixou muito a desejar
  • Wall-E (um dos mais recentes, um ótimo filme para todas as idades, um pequeno robozinho começo a apresentar um falha, esta demonstando emoções).
  • Robôs do filme Bicentennial Man (O Homem Bicentenário, um ótimo filme para a questão existencialista e angustias humanas, com Robin Willians).
  • O filme e o livro I, Robot (Eu, Robô. Com a participação de Will Smith, a temática mostra a desconfiança entre homem e maquina).
  • O ciborgue do filme RoboCop (RoboCop, o policial do futuro. Um clássico, adoro a trilha sonora, meu favorito é o 3, quando tentam criar um novo ciborgue para substituir Murph).
  • HAL 9000 em 2001: Uma Odisséia no Espaço (outra produção com ótima trilha sonora).
  • HARLIE em When H.A.R.L.I.E. was One (Quando H.A.R.L.I.E. era Um), por David Gerrold.
  • A.I.: Artificial Intelligence (A.I. – Inteligência Artificial, uma versão tecnológica de Pinóquio, é interessante mais o final não me agradou muito, a temática é quase a mesma de O Homem Bicentenário).
  • A Inteligência Artificial—principalmente suas implicações filosóficas e seu impacto em ciências humanas — é um tema central no romance Campus de David Lodge Thinks … (2001).
  • Rosie e outros robôs em Os Jetsons.
  • Mike em The Moon is a Harsh Mistress de Robert A. Heinlein.
  • Neuromancer.
  • Vários romances de Isaac Asimov e as Três Leis da Robótica ( que como podemos ver nos filmes O Homem Bicentenário e Eu, Robô deixa espaço para uma interpretação das próprias leis)
  • Ghost in the Shell.
  • The Matrix e suas continuações ( minha sugestão é que alem da trilogia, assistam Animatrix, que é uma série de 9 episodiso que conta como tudo começou entre homens e maquinas, vale a pena conferir).
  • A série The Terminator (o 2 e o 3 foram na minha opinião os melhores, pois mostrava uma interação das realidades mais próximas que no 1 e no 4).
  • Vários “personagens” de Star Trek, como Data (Data é um exemplo interessante, tem tanta liberdade e sofisticação que pode se desligar das emoções quando bem entender para não interferir em seus julgamentos).
  • Pensador Profundo em O Guia do Mochileiro das Galáxias de Douglas Adams.
  • The Bomb in Dark Star (1974, by John Carpenter)
  • Harry Harrison / Marvin Minsky: The Turing Option (romance, muito bom o livro, só é um pouco difícil de conseguir, mas em alguns cebos ainda é possível acha-lo).
  • The Mind’s I editado por Daniel C. Dennett e Douglas Hofstadter
  • Personoids, romances e livros de Stanislaw Lem
  • Arthur, da série de vídeo game The Journeyman Project
  • WarGames (Jogos de Guerra)
  • O 13o andar (Filme)
  • R2-D2, C-3PO e todos os outros robôs de Star Wars (uma caricatura mecânica de o Gordo e o Magro, o tom cômico da série de ficção mais famosa de todos os tempos)

Um Pouco de Humor:

Quem não tem uns probleminhas com o PC de vez em quando?

Instigação:

Claro que lemos ou assistimos sobre esse tema com interesse ou fascinação. E as vezes nos perguntamos “Imagina aí se fosse verdade?”. Certas perguntas podem nos levar à uma problematização curiosa, como por exemplo: Quando se pensa nas Três Leis da Robótica de Isaac Asimov

(1. Um robô não pode ferir um ser humano ou, por omissão, permitir que um ser humano sofra algum mal;
2. Um robô deve obedecer as ordens que lhe sejam dadas por seres humanos, exceto nos casos em que tais ordens contrariem a Primeira Lei;
3. Um robô deve proteger sua própria existência desde que tal proteção não entre em conflito com a Primeira ou a Segunda Lei)
Não possibilitam uma interpretação ambígua para a I.A.? Ou ainda, a máquina mesmo dotada de uma certa “inteligência” pode distinguir o bem do mal?

VÍDEOS: Selecionei aqui um vídeos feito na feira de engenharia robótica de Pequim.

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4 opiniões sobre “I.A. – Fato e Ficção

  1. Leana em disse:

    Nao sei se vc lembra de mim. Sou da filosofia. Adorei suas ideias nesse post e sua dialética apurada sobre um assunto tão complexo de mesclar com filosofia que é a intligencia artificial. Esperando postagens! Abraço!

    • Grato pelo comentário minha cara Leana, obrigado pela crítica ^^. Seu nome não me é estranho, ja fizemos alguma cadeira juntos? Espero então não só outras opniões suas como poder vê-la na ágora. E lembre-se TUDO é filosofia.

  2. Rafael em disse:

    Acho que por mais que evolua a I.A., nunca ela poderá ser tão complexa a um ponto realizar as mesmas funções do cérebro humano.

  3. Vlw pela presença Rafael. Concordo, o máximo produzido será uma simulação sem independência.

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